sábado, 23 de março de 2019

Psicoterapia infantil: Do acolhimento pessoal ao início da relação terapêutica


Ao ser requerido para um atendimento infantil, acho conveniente e prudente acolher, primeiramente, o responsável legal da criança, que, provavelmente, já esgotou as suas tentativas de oferecer alguma ajuda diante de alguma dificuldade apresentada pela criança. O responsável, neste momento, contribuirá para obter dados e observações referentes à criança, possibilitando ao Psicólogo uma amplificação da compreensão relativa à mesma. Do mesmo modo, faz-se necessário acolher o responsável solicitante de forma clara e respeitosa, buscando, sempre que possível, responder as suas dúvidas e indagações referente ao processo.
    
    Cabe ressaltar que é preciso evitar, principalmente com crianças, “psicologizar” toda dificuldade que a mesma venha apresentar. Às vezes, uma criança que está com dificuldades em acompanhar as aulas na escola ou não quer copiar as matérias no quadro, pode estar apresentando um problema oftalmológico e não psicológico, por exemplo. Pode parecer algo simples, mas é preciso ter o cuidado para não ignorar outras possibilidades.
    
    Assim, considerando que a “demanda” requer um acompanhamento psicológico, é iniciado o processo terapêutico com a criança. Desta forma, a criança é recebida, acima de tudo, como pessoa detentora de sua infinita singularidade. Ali, ela terá a liberdade de ser e de se expressar, se assim desejar, da maneira que escolher, seja através do lúdico com: brinquedos, jogos, desenhos e pinturas, ou através da expressão oral. Deste modo, podemos juntos criar condições para lidar com sentimentos e emoções que só esta relação saberá o que irá surgir.