segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Como assim Síndrome do Pânico?

Geralmente é a pergunta que muitas pessoas fazem ao serem diagnosticadas com a Síndrome do Pânico.
PÂNICO?
Geralmente é a pergunta que muitas pessoas fazem ao serem diagnosticadas com a Síndrome do Pânico*. Isso provavelmente ocorre pelo fato de que os sintomas apresentados durante um ataque de Pânico podem ser confundidos com outras condições médicas como: Arritmias, Asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ou Infarto Agudo do Miocárdio, por exemplo. Não é raro as pessoas relatarem durante o Ataque de Pânico sensações como: “Pensei que ia morrer”, “Achava que ia me sufocar”, “Pensei que ia enfartar”.
Assim, sabiamente a pessoa procura um médico inicialmente para investigar sobre essas condições clínicas. Em geral, procuram mais de uma especialidade médica (cardiologista, neurologista, clínica médica), onde são realizados exames e procedimentos diagnósticos. Contudo, considerando a Síndrome do Pânico, esses exames dificilmente apresentarão alguma resposta fora da “normalidade” referida pela especificidade da pessoa. Daí vem os questionamentos “Como assim não tenho ‘NADA’?” “Eu sinto meu coração acelerar de repente” “Sinto falta de ar sem motivo!”. Assim, na ausência de fatores fisiológicos, vem a suspeita de “algo psíquico e emocional” o que para alguns pode ser, inicialmente, um “alívio” ou algo muito assustador “o quê é isso, estou enlouquecendo?”.                    
Então, o que é a síndrome do Pânico? É uma síndrome (conjunto de sintomas) caracterizada por recorrentes e inesperados ataques de pânico, ou seja, um surto repentino de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos ocorrendo sintomas como: Taquicardia, suor intenso, tremores, sensação de falta de ar, dor ou desconforto no tórax, náusea, sensação de tontura, formigamento, dentre outros. Cabe ressaltar que fatores como o medo de ter novas crises e a preocupação persistente acerca das consequências causadas pela crise estão presentes no curso da doença.
Como ressaltado anteriormente, o diagnóstico para a síndrome do Pânico deve ser muito criterioso já que os sintomas apresentados podem ser gerados por outra condição médica como: hipertireoidismo, disfunções vestibulares (Vertigem, tontura), transtornos convulsivos e condições cardiopulmonares como: arritmias, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica DPOC. Além disso, os sintomas também podem ser concebidos por consequência fisiológica direta de uma substância como, por exemplo: cocaína, anfetaminas e cafeína.
Por todas essas razões, o diagnóstico diferencial deve ser prioritário e prudente para considerar a Síndrome do Pânico, devido a uma série de situações clínicas e psicológicas serem semelhantes a ela. Deste modo, ao manifestarem alguns dos sintomas apresentados, é preciso que a pessoa procure, de imediato, um médico para realização de exames e investigar a queixa sintomática. Após toda apuração recomendada e os resultados apontarem para a Síndrome do Pânico, o acompanhamento Psiquiátrico e Psicológico são necessários para o restabelecimento da saúde do indivíduo.
* De acordo com o DSM V, a terminologia correta é Transtorno do Pânico. Contudo, decidi manter como Síndrome do Pânico, pois é um nome mais usual popularmente, além disso, creio que síndrome ajuda na compreensão já que a mesma significa um conjunto de sintomas.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Multiplicidade da mulher contemporânea

A mulher contemporânea vem ganhando cada dia mais espaço na sociedade e assumindo papeis antes desempenhados apenas por homens.
Multiplicidade da mulher
A mulher contemporânea vem ganhando cada dia mais espaço na sociedade e assumindo papéis antes desempenhados apenas por homens. Esta mudança vem atingindo sua rotina e até mesmo seus projetos de vida. Atualmente, a mulher tem investido em construir uma carreira profissional, aumentar a sua dedicação aos estudos, participar da renda familiar e atingir uma independência financeira. 

Diante de tais fatos podemos perguntar: O que ocorreu com a mulher cuidadora do lar e responsável direta na educação dos filhos? Ocorre que ela continua com a mesma função, porém, acrescida de outros projetos de vida, como: carreira, estudos e etc.

Percebo o quanto é difícil encontrar uma análise crítica sobre o quê essas mudanças podem interferir e causar nas mulheres atualmente. Essa transformação vem sendo traduzida com total naturalidade, como se fosse muito fácil assumir esta multiplicidade de papéis traduzidos em “Ela dá conta de tudo”, “Hoje em dia todo mundo dá seu jeito”. 

Fico muito contente em perceber o espaço que a mulher contemporânea vem conquistando todo esse tempo, contudo, fico preocupado com as condições físicas e mentais envolvidas em toda essa metamorfose. Desperto a minha atenção à forma de como esses papeis “devem” ser assumidos. “Boa mãe”, “Eficiente gestora”, “ótima cozinheira”, “esposa atenciosa”, “excelente educadora”, dentre outros. Será que alguém está disposto a compreender que muitas das vezes ela pode não dar conta de tudo isso? A cobrança, às vezes, pode ser insensível e cruel, não me parece claro se é direcionada a uma pessoa ou a uma “Super poderosa”. Contudo, creio que é necessário compreender e considerar a mulher livre, independente, mas, sobretudo humana.   

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Depressão: é preciso falar sobre o assunto.

A falta de apoio e o medo do estigma prejudicam na procura de ajuda contra a depressão.
Depressão: É preciso falar.
O aumento significativo de pessoas com depressão vem preocupando os principais órgãos de saúde por todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a falta de apoio e o medo do estigma são um dos principais motivos que impedem as pessoas com a depressão de terem acesso a um tratamento. 

Considerando os motivos apontados pela OMS, infelizmente, não é difícil encontrar alguma visão equivocada acerca da pessoa com depressão, como por exemplo: "Isso é frescura", "gosta de chamar atenção", "adora um drama", “isso é falta de amor próprio”, entre outros. Esses tipos de julgamentos, geralmente, estão associados à falta de informação ou a um conhecimento distorcido sobre o assunto, isto tende a dificultar uma possível recuperação do indivíduo.  

É necessário frisar que, basicamente, o tratamento da depressão envolve a psicoterapia e o medicamento antidepressivo. Ocorre que, em geral, devido à falta de informação, algumas pessoas acabam não buscando um tratamento, pois ainda acreditam que “Psicólogo é coisa de louco” ou “Psiquiatra vai passar remédio de maluco”. 

Assim, precisamos falar sobre a depressão e buscar compreender que a mesma não é uma “frescura” e sim uma doença grave e a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo. Cabe ressaltar que a depressão também é um fator de risco importante para o suicídio, que acomete cerce de milhares de vidas a cada ano. Deste modo, é preciso discorrer sobre o assunto e esclarecer que a depressão é uma doença e que existe possibilidade de tratamento e ajuda. Vamos conversar?.

Psicólogo: Raphael Miranda. 

sábado, 1 de junho de 2019

Depressão: Vamos conversar?

     
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão no mundo, esta doença é caracterizada (de acordo com o DSM-V) pela presença de pelo menos cinco dos sintomas listados abaixo, sendo que em pelo menos um dos sintomas deve estar presente o “humor deprimido” ou “perda de interesse ou prazer”.
SINTOMAS :
· Humor deprimido na maior parte do dia.*
· Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia.*
· Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta ou redução ou aumento do apetite.* 
· Insônia ou hipersonia.*
· Agitação ou retardo psicomotor.*
· Fadiga ou perda de energia.*
· Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes).*
· Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão.*
· Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.

      É preciso frisar que os sintomas devem estar presentes durante o mesmo período de duas semanas e representarem uma mudança em relação ao funcionamento anterior da pessoa, causando sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Cabe ressaltar que o episódio não pode ser atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica.

     O aumento significativo da doença vem preocupando e ligando um alerta em muitos países. Segundo a OMS, a falta de apoio e o medo do estigma são os principais motivos que impedem as pessoas com depressão buscarem um tratamento. Deste modo, a organização lançou a campanha “vamos conversar”, justamente para que as pessoas que estejam apresentando sintomas depressivos busquem uma ajuda. Vale salientar que a depressão pode afetar a todos nós, independente de idade, raça ou história pessoal. É possível obter ajuda, "vamos conversar". 

* O sintoma deve ser apresentado quase todos os dias.

Psicólogo: Raphael Miranda.

sábado, 23 de março de 2019

Psicoterapia infantil: Do acolhimento pessoal ao início da relação terapêutica


Ao ser requerido para um atendimento infantil, acho conveniente e prudente acolher, primeiramente, o responsável legal da criança, que, provavelmente, já esgotou as suas tentativas de oferecer alguma ajuda diante de alguma dificuldade apresentada pela criança. O responsável, neste momento, contribuirá para obter dados e observações referentes à criança, possibilitando ao Psicólogo uma amplificação da compreensão relativa à mesma. Do mesmo modo, faz-se necessário acolher o responsável solicitante de forma clara e respeitosa, buscando, sempre que possível, responder as suas dúvidas e indagações referente ao processo.
    
    Cabe ressaltar que é preciso evitar, principalmente com crianças, “psicologizar” toda dificuldade que a mesma venha apresentar. Às vezes, uma criança que está com dificuldades em acompanhar as aulas na escola ou não quer copiar as matérias no quadro, pode estar apresentando um problema oftalmológico e não psicológico, por exemplo. Pode parecer algo simples, mas é preciso ter o cuidado para não ignorar outras possibilidades.
    
    Assim, considerando que a “demanda” requer um acompanhamento psicológico, é iniciado o processo terapêutico com a criança. Desta forma, a criança é recebida, acima de tudo, como pessoa detentora de sua infinita singularidade. Ali, ela terá a liberdade de ser e de se expressar, se assim desejar, da maneira que escolher, seja através do lúdico com: brinquedos, jogos, desenhos e pinturas, ou através da expressão oral. Deste modo, podemos juntos criar condições para lidar com sentimentos e emoções que só esta relação saberá o que irá surgir.