domingo, 1 de agosto de 2021

Saúde mental- Uma visão olímpica

Saúde mental e o sonho olímpico

 Olá pessoal. 

Nesta semana a olimpíada de Tóquio nos chamou a atenção para uma questão muito presente, mas pouco discutida nas grandes mídias até então.

A ginasta norte-americana de maior sucesso de todos os tempos e ganhadora de quatro medalhas de ouros em olimpíadas, Simone Biles, decidiu não competir na final olímpica para cuidar da sua saúde mental, sim! saúde mental. 

Vivemos no momento do resultado e do retorno imediato. Ao enfrentar os desafios diários de trabalho, preocupações e obrigações acabamos não percebendo o quanto isso muitas vezes nos fadiga e consome. 

Não somos máquinasou robôs, mas somos quase doutrinados para ser. Não podemos parar. A dor não pode nos parar. O cansaço não pode nos parar. A própria atleta afirmou "Acho que a saúde mental é mais importante nos esportes nesse momento. Temos que proteger nossas mentes e nossos corpos e não apenas sair e fazer o que o mundo quer que façamos". 

Conquistas são importantes para dar sentido e reconhecimento ao esforço, mas tomemos o cuidado para o "resultado" não os cegar. Precisamos enxergar a nos mesmos, respeitar nossos limites e ser honesto com nossa condição humana. Parabéns pela autenticidade Biles, saúde em primeiro lugar. 

-https://www.bbc.com/portuguese/geral-57990804


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#olimpiadas #saudemental #psicologia #medalhadeouro #humanização #amorproprio

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Setembro Amarelo

           
   
Movimento de prevenção ao suicídio
Setembro Amarelo
Desde 2015, no mês de setembro é realizada a campanha no Brasil e no mundo para conscientizar as pessoas sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, cerca de 32 pessoas se suicidam por dia, ocupando a oitava posição no ranking mundial de países com maior incidência do suicídio. O que chama a atenção neste dado é que esta marca está superior às vítimas de AIDS e da maioria dos tipos de câncer.
  
  O suicídio tem sido um mal silencioso já que muitas pessoas acabam fugindo do assunto, seja por desconhecimento ou medo, e acabam se fechando para esta questão dificultando a identificação de um possível sinal suicida que alguém possa expressar. 
  
  Segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário que a pessoa busque ajuda e atenção para quem está à sua volta. É preciso que a pessoa saiba que há uma possibilidade, que é possível ser ajudada e acolhida com o seu sofrimento. 

   De acordo com a OMS, 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos e evitados se houver uma rede de atenção e cuidado que promovam um diagnóstico, tratamento e assistência adequados. Não deixe esta chance morrer, há esperança.  

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Isolamento social: Desafio de cuidadores e crianças.

   
Dicas para cuidadores e criança no isolamento social no período da Pandemia de Covid-19.
As crianças tendem a responder a situações difíceis e perturbadoras de diferentes maneiras. Deste modo, elas podem apresentar: pesadelos, urinar na cama, apegando-se em demasia aos seus cuidadores ou se afastando deles. As mudanças de humor também podem se tornar frequentes gerando uma ansiedade e preocupação por parte dos seus cuidadores que buscam uma maneira de lidar com tais manifestações. Por isso, existem algumas sugestões que podem ajudar os cuidadores neste momento de isolamento junto com as crianças:

1º Sejam claros e honestos com as informações sobre a Pandemia.
O acesso à informação pode se manifestar de muitas maneiras no mundo informatizado de hoje, contudo, é preciso que os cuidadores forneçam informações seguras sobre o que está acontecendo para as crianças de maneira clara, honesta e tranquilizadora. Assegurem-se de utilizar uma linguagem simples para ajudar na compreensão, atentando-se a possíveis dúvidas. Evitem comentar sobre boatos na presença das crianças.

2º Ofereçam um momento de atenção.
Busquem proporcionar um momento de escuta ativa e compreensiva, onde a criança possa se sentir segura e confortável para expressar seus sentimentos de medo, tristeza, angústia e insegurança. Isso pode ser incentivado através de um diálogo simples ou de forma lúdica por meio de desenhos e brincadeiras.

3º Ensinem sobre as formas de prevenção.
Forneçam informações sobre o porquê é importante lavar as mãos e utilizar máscaras. Ensine a maneira correta de higienizar as mãos, preferencialmente, de forma lúdica.

4º Estabeleçam uma rotina.
Sempre que possível, desenvolvam uma rotina incluindo aprender, brincar e relaxar. Quando viável, mantenham os trabalhos escolares e outras atividades rotineiras que não tragam risco de contaminação. Quando disponível em casa, ofereçam jogos, sessão de filmes infantis e cadernos de desenhos, além de propor atividades com música e dança, por exemplo.

5º Sejam otimistas e positivos.
As crianças tendem a seguir pistas emocionais dos adultos que são importantes para elas. De algum modo, buscam obter neles indícios sobre o que está acontecendo a sua volta. Portanto, evitem propagar notícias negativas e pessimistas próximo às crianças. Busquem informar o real motivo do isolamento social considerando a esperança de que, em algum momento, essa fase irá passar.

Psicólogo: Raphael Miranda Dias


Referências:
IASC. Guidelines on Mental Health and Psychosocial Support in Emergency settings: checklist for field use. IASC: Geneva, 2008.
International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies (IFRC). Mental Health and Psychosocial Sup-port for Staff, Volunteers and Communities in an Outbreak of Novel Coronavirus. IFRC: Hong Kong, 2020.
World Health Organization (WHO). Mental Health and Psychosocial Consideration in Pandemic Human Influenza (2005 Draft version). WHO, 2005

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Em tempos assim...


Estamos vivendo um momento singular em nossa existência, somos convocados, mesmo sem nossa vontade, a vivenciar o que está acontecendo no mundo, sobretudo, com o nosso próprio interior. Somos colocados à prova, cada um com seu modo particular de reagir, aceitar e compreender o que está ocorrendo. 

    Entramos num período em que somos convidados a nos deparar com nós mesmos e isso para alguns pode ser assustador, entediante ou confuso. A rotina que se manifestava acelerada, exaustiva e agitada não se faz tão presente. O tempo disponível que era raro e privilégio de alguns, hoje se apresenta de modo mais democrático. Inevitavelmente, ficamos a disposição de nós mesmos e em contato com nossa própria humanidade. 

    A incerteza e a ausência de respostas sobre o que está acontecendo e sobre o que virá pode nos deixar ansiosos, pois até pouco tempo era fácil ter resposta para tudo. Constatamos que muitos problemas que tínhamos há décadas foram sanados pelo avanço da tecnologia, mas agora temos que enfrentar o tempo da espera aguardando por soluções, e como gostamos de ter respostas rápidas, pois, “não podemos perder tempo”, ao menos não podíamos nos permitir a isto, quiçá, ter um momento para lidar com a perda e frustração. A impotência de não ter o controle da situação pode nos gerar descontentamento e irritação. 

    Nossa reflexão pessoal muitas vezes é negligenciada, pois temos receio do desconhecido ou do que possa surgir em nós, como se fôssemos estrangeiros em nosso próprio “EU”. De fato, não é fácil reconhecer nossas fraquezas, limitações e vulnerabilidade, contudo, também podemos descobrir potenciais, faculdades e dons que, possivelmente, só estão esquecidos em algum baú no nosso próprio “porão” esperando serem encontrados, retirados da poeira para se tornarem presentes em nossas vidas, trazendo-nos sentido. Em tempos assim, somos desafiados a explorar, descobrir e reinventar a nós mesmos.

Psicólogo: Raphael Miranda